sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Plural singular

Dia desses no ônibus me apareceram aquelas duas figuras. Capturaram minha atenção de forma singular, com seus gestos frágeis de quem já viveu bastante e passou por muita coisa. Era um casal estremamente cativante.

Mesmo que já não conseguissem esconder as marcas do tempo, bastante presente em seus rostos que já não possuíam mais as características joviais de outrora, ela ainda mantinha-se vaidosa, tentando em seu ato simples, esconder a brancura de seus fios, disfarçando-os de vermelho. A cor do amor. E era isso que mais chamava atenção naqueles dois: o amor. Mesmo depois de décadas juntos, ainda mantinham relações de afeto visíveis, notadas pela maneira de falar um com outro e das pequenas sutilezas trocadas. Ela ainda era dele, como fora em seu primeiro encontro; e ele ainda era dela, como o fora em seu primeiro beijo.

E eles ainda mantinham-se juntos...

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